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Mediunidade

TEORIA DA MEDIUNIDADE – Zalmino Zimmermann


  

Atualizado 30/05/2023

A.29: XII- DESDOBRAMENTO – PARTE 2 
 

Destaca, entre elas, uma interessante ocorrência registrada por RICHET, protagonizada e relatada por L. HYMANS: 

“Creio ser útil narrar-vos um fenômeno que me aconteceu por duas vezes o que parece provar que a consciência pode funcionar independentemente do cérebro. 

Por duas vezes, em completo estado de consciência, vi meu corpo inanimado, com a sensação de ser ele um objeto exterior a mim. Não procuro explicar como vi sem olhos; apenas atesto a ocorrência. 

A primeira vez foi na cadeira de um dentista. Quando era anestesiado, tive a sensação de acordar e me sentir a flutuar no alto do aposento, de onde eu olhava, com o maior espanto, o dentista que me fazia o tratamento e, ao seu lado, o assistente encarregado da anestesia. Via meu corpo inerte e tão distintamente como todos os objetos que lá se achavam, formando tudo como que um quadro vivo. Tal coisa só durou alguns segundos. Novamente perdi a consciência e despertei na cadeira com a impressão bem clara do que havia visto. 

A segunda vez estava em Londres, hospedado em um hotel. Acordei sofrendo algo (tenho o coração um pouco fraco) e, algum tempo após o meu despertar, tive um desfalecimento. 

Grande foi a minha surpresa ao encontrar-me imediatamente no alto do quarto, de onde eu via, assustado, meu corpo inerte na cama, de olhos cerrados. Tentei em vão reentrar em meu corpo e concluí que estava morto. Pus-me a pensar no que diriam os hóspedes do hotel, meus parentes e meus amigos. Perguntava-me se haveria inquérito judicial, em que iriam dar os meus negócios. Certamente, eu não havia perdido a memória, nem a consciência de mim mesmo. Via meu corpo inerte e pude observar o meu rosto, contudo não pude abandonar o quarto, sentindo-me, por assim dizer, acorrentado, imobilizado no canto em que me achava. 

Após uma ou duas horas, ouvi bater à porta (fechada a chave) vezes seguidas, sem poder dar sinal de vida. Pouco depois o porteiro do hotel apareceu na sacada (munido de uma escada de salvamento). Vi-o entrar no quarto e olhar ansiosamente o meu rosto e em seguida abrir a porta. Pouco depois entraram o gerente do hotel e outras pessoas. Veio um médico, vi-o sacudir a cabeça, ao auscultar-me o coração, e depois introduzir uma colher entre os meus lábios. Senti uma perturbação e acordei na cama. Tudo isso durou pelo menos duas horas...” (1)  

Na atualidade, as chamadas Experiências de Quase Morte — EQM foram trazidas ao conhecimento geral, graças aos esforços e contribuições de renomados pesquisadores, destacando-se, entre eles, os nomes de Elizabeth KÜBLER-ROSS e Raymond MOODY JR., cujos trabalhos pioneiros alcançaram repercussão internacional, não só pelos resultados, como pelo rigor científico empregado.  

Elizabeth KÜBLER-ROSS, natural da Suíça, professora de psiquiatria na Universidade de Chicago, assistiu inúmeros casos de agonizantes, ou pré-agonizantes e realizou muitas entrevistas com pessoas que apresentaram morte clínica e foram reavivadas, impressionando-se com a uniformidade dos depoimentos, a atestarem, assim, a clara ocorrência do desdobramento espontâneo em todas as situações analisadas. 

Raymond MOODY JR., doutor em medicina e filosofia, também acompanhou muitos casos de pessoas em estado aparentemente terminal, chegando às mesmas conclusões de Elizabeth KÜBLER-ROSS. (2)   

Os trabalhos desses cientistas atraíram outros renomados pesquisadores, até mesmo o respeitado psicólogo da Universidade de Connecticut, Keneth RING, fundador da Association for Near-Death Studies (ANDS), com sede na citada Universidade. (3) 

Autores, produziram, também, importantes trabalhos sobre a vida depois da morte. 

Em desdobramentos desse tipo, diferentes dos anteriormente examinados, variam as descrições sobre as percepções e sensações experimentadas.  

Muitos pacientes referem-se à sensação de mover-se através de um túnel longo e escuro, para depois se encontrarem, repentinamente fora do corpo, vendo-o com toda a clareza. Outros, veem no fundo do túnel uma luz brilhante, dando-se, então, conta de que se encontram fora do corpo físico.  

E outros, ainda, simplesmente, de repente, observam-se fora do corpo olhando-o de cima e acompanhando os movimentos de pessoas em torno dele, não sendo incomum visitarem, em desdobramento, outras salas do hospital, descrevendo, depois, o que presenciaram, afastando, de vez, qualquer dúvida sobre o fenômeno que protagonizaram. 

Tal como acontece em outros tipos de desdobramento, este surge com o afrouxamento mais significativo dos laços perispirituais, liberando parcialmente o Espírito das teias carnais. 

O resultado em relação aos que passaram pela EQM “é uma mudança radical de comportamento, em que o paciente passa a valorizar imensamente o amor e o conhecimento”, observa o Prof. Guimarães ANDRADE.(4)   



Importante observar que embora os autores, geralmente, tenham empregado os termos “desdobramento” e “desprendimento”, para designar o mesmo fenômeno, é possível estabelecer, tecnicamente, uma certa diferença. 

O desprendimento (ato de soltar-se) é fenômeno básico, aliás, em todos os processos mediúnicos ou de simples percepção do mundo espiritual, visto que esses só se viabilizam graças a certa capacidade que tem o perispírito de desamarrar-se, por assim dizer, das teias físicas, tornando-se, por isso, mais sensível. 

Por tratar-se, justamente, de um fenômeno natural e comum, o desprendimento insere-se no álbum de possibilidades de toda pessoa - mormente em situação de repouso ou sono. 

De se lembrar, a propósito, que KARDEC, em O Livro dos Espíritos, no capítulo que dedica à “Emancipação da Alma”, destaca o ensino dos Espíritos Instrutores a respeito, mostrando que sempre que se afrouxam os laços físicos, o Espírito procura desprender-se do corpo: “O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos entorpecem; ele aproveita para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece.  

Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre”. E, a seguir, referindo-se ao tipo de desprendimento que ocorre no estado de semiconsciência, habitual na fase de pré-sono, anota: “É assim que o cochilar, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta muitas vezes as mesmas imagens dos sonhos”. (5) 



Já o desdobramento (fazer-se em dois), propriamente, implicaria um desenvolvimento do processo de desprendimento — inerente, como visto, a todo fenômeno mediúnico –, com uma emancipação maior do Espírito em relação à organização física, propiciada por condições perispiríticas especiais, e ensejando o surgimento de outra forma corporal, semelhante à do seu corpo físico (duplicação corpórea), a ocupar – ou aparentando ocupar –, também, um lugar diferente daquele em que está o corpo (bilocação). 

Verifica-se, assim, que nem todo desprendimento, conforme o conceito exposto, significaria desdobramento (duplicação corpórea e bilocação). 

Mas, se nem todo desprendimento resultaria em duplicação corpórea, propriamente, seria metodologicamente útil aceitá-lo, quando for o caso, como a fase inicial - e natural - do processo de desdobramento, como aventado, ainda que seguidamente, a transição entre os momentos de desprendimento e de desdobramento ocorram tão rapidamente — quase instantaneamente — que se apresenta quase imperceptível. 

 

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